A Graça
Desaba uma chuva de pedras, uma enxurrada de estátuas de ídolos caindo, manequins descoloridos, figuras vermelhas se desencarnando dos livros que encerram as ações dos humanos.
E o meu corpo espera sereno o fim deste acontecimento, mas a minha alma se debate porque o tempo rola, rola, rola.
Até que tu, impaciente, rebentas a grade do sacrário; e me estendes os braços: e posso atravessar contigo o mundo em pânico.
E o arco-de-deus se levanta sobre mim, criação transformada.
Murilo Mendes
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