
Não durmo, protegida pelos
punhos cerrados da cama.
O sol da camisola branca confunde a pele,
avulso, sufocado na colméia da noite.
Um assassino rumina no insone,
sem perdão de um dia depois do outro.
Distraio os pensamentos
por alguns minutos. Como ocupá-los
em madrugadas inteiras?
Uma milícia de abelhas assopra as pálpebras,
o assovio das asas.
Assusto-me com o freio das juntas,
ruído das vértebras e vísceras.
Não encontro recato, velamento,
para aquietar o fermento das veias.
Fabrício Carpinejar - In: "Cinco Marias"
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